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13 mayo, 2007

Sentenzas, fías e ruadas na bisbarra de Castroverde

O laboreo do liño

-XVI- Achegas de

Xosé María Gómez Vilabella

Teño dúas explicacións para o que ides ler seguidamente: Unha delas é para que vexades, por comparación, a afinidade tan exacta e completa, para os que lembren aqueles tempos, que existía entre o tratamento que lle dabamos en Castroverde ao liño, có practicado no Norte de Portugal, nosos veciños, e sen embargo, amigos; curmáns, máis ben. A outra é que, no meu criterio, non nos vén nada mal practicar, de cando en vez, un pouco de portugués, pois, ademais de parentes, ¡somos socios niso do M.C.! Con estas ideas, acolléndome á vosa comprensión, doulle a palabra a Antônio Lourenço Fontes, páx. 166/170 do seu libro “Etnografía Transmontana!, vol. II:

... As ocupaçoes que o linho proporciona sâo motivo de festas... Aí por Maio semeiase, de prefêrencia, em terras chairas, de regadio. A terra bem cavada e estercada é achairada com um engaço. Estáa pronta a receber a linhaça, que debe ser semeada muito basta, para nâo cair o liño. Ao nascer é preciso mondá-lo e regá-lo amiúde. No dia de S. Joâo espeta-se como em todas as culturas um ramo desabugueiro, ou um S. Joâo para que este santo proteja a cultura. Tem virtude a orvalhada de S. Joâo, por isso recomendam rebolar-se a gente no linho, antes e nascer o Sol, talhar a camisa. Aí por Junho, faz-se a arranca do linho. Chamam-se as moças para o arrancar e moços para o ripar. Os moços juntam os braçados de linho que as mulheres arrancam e colocam-no perto do ripo. Enquanto nâo têm que ripar passam o tempo a meter-se com as moças a treparlhes o linho, para lhes darem mais que fazer.

Para ripar o linho, há o ripo. Um banco de 2,50 metros com enorme pente de madeira, ou de ferro, no sentido vertical. Sentam-se os ripadores, um de cada lado de cachapernas e cada um pega no linho pelo lado da raiz e bate-o alternativamente contra o pente, puxando, para que o baganho se desprenda, caindo para o châo, atarapetado com mantôes de farrapos. Depois de ripado vamos empoça-lo no rio. Carrega-se num carro de vacas ou mais, e vamos para o rio ou regato. É uma festa. Os moços e moças vâo gostosos ao rio onde brincam, fazendo que se agarram e afogam. Alguns é o único dia do ano em que dâo banho, especialmente as velhas. Uma vez no rio, e escolhido o poço para empoçar, o linho coloca-se no leito do rio, com grandes pedras em cima, para a torrente nâo fugir com os molhos. Tem de estar no rio cerca de 40 dias para que coza e apodreça a casa.

Pôe-se a secar na eira, até abrir com o calor e soltar a linhaça. Já seco vai servir para encher travesseiros e colchòes. A linhaça, depois de limpa, uma parte vende-se, outra guarda-se prà semente e outra para remédios caseiros, as célebres papas de linhaça. O linho costumam pô-lo a secar 15 dias, depois de empoçar. Está 8 dias a secar e vai a empoçar mais 8 dias. Findos os quais volta a secar na eira ou no lameiro, perto do rio. Uma vez seco, pode-se maçar. O lugar de maçar sào os maçadoiros comunitários, pedras lisas e compridas que possam servir de assento para a mulher que segura o linho.

Servem de maçadouro em casa as parrogueiras da cozinha, e ao ar livre os assentos ou muros das eiras e dos adros. Há pedras que têm desde sempre o nome de maçadoiroem várias terras. Cada mâo de linho é uma manada, que despois de maçada se coloca aos pares, até fazer doze pares, 24 manadas, que fazem um afusal que é atado com um bancelho de palha. Antes de atar o afusal, deluba-se, para saírem as arestas e facilitar mais o espadar. O acto de debular é difícil, pois é preciso segurar as duas pontas, com as duas mâos, e esfregar o linho até largar a parte lenhosa ou arestas.

Vem o Inverno das noites grandes. Chamam-se umas poucas mulheres para atascar, esbouriçar ou espadar o linho. Cada mulher leva os seus tarabelos, espadela e espadeleiro ou cortiço. Dentro de uma corte ou curral, e cada uma à volta, junto das paredes e a candeia no meio. Os moços entretêm-se, sâo os que dâo as primeiras espadadelas, “amansam as ´strigas”, pois ao princípio estâo duras. Outros cá de fora pôem cheiroças às mulheres, como na pisada do vinho. Depois sâo as moças e mulheres que fazem o resto. O espadeleiro é uma tábua de meio metro de alto, larga na coroa e mais estreita no pé, cravada numa base em sentido perpendicular. A espadela é uma espécie de facalhâo, ou catana, de pau de nogueira, ou carvalho, com uma abertura no extremo, para meter a mâo. Tem uma parte afiada e a outra mais grossa. Com aquela bate-se no linho que cai de lado no espadeleiro ou cortiço, segurado com a mâo esquerda. As mulheres, de joelhos, vâo espadelando as estrigas, até caírem todos os tomentos. Os tomentos que caem sâo ainda aproveitados conforme se vai espadando, juntam-se à estriga. Na segunda volta, ou seja, na limpa, separam-se os tomentos de linho bom.

A 1ª vez que se asseda, tiram-lhe os cabeços, a estopa máis grosa, que servirá para os lençois, para tenais nas eiras. A outra parte da estopa, mais fina, é para saias de mandil, lençois para a cama. O que fica depois da asseda do linho é a fina estriga que servirá para fiar e tecer lençois finos, camisas de homem e mulher, calças para as festas, etc.

¿Que; Portugal quédanos lonxe? ¡Pois, non; nin no tempo nin no espazo! O caso foi que, no segundo terzo do século XX, tan só se daban apertas Franco e Salazar, dous afíns, e á vez receosos, un do outro: ¡Salazar temeroso dunha “invasión”, e Franco utilizándoo con orgullo, case que desprezativo, coa única finalidade de utilizalo como intermediario para recaptar, para propiciar, unhas mellores relacións con Inglaterra!

¡Se viaxásemos algo menos ás Quimbambas, e algo máis á “parroquia” veciña, non só aforraríamos euros senón que gozaríamos de importantes descubrimentos familiares! A propósito disto, ¿quen se anima para ir, un xoves, á feira de Barcelos, que non pilla lonxe, sequera sexa para comparar coa nosa, coa de Castroverde?

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